Fui em junho em BH a
Feira de Agricultura Familiar de Minas Gerais. Muitas associações, sindicatos,
grupos organizados e famílias trouxeram seus produtos de dezenas de municípios.
Em cada barraca que parei, conversei um pouco com os produtores. Gente simpática,
animada e sem dúvida muito trabalhadora. Na conversa a gente descobre os usos
de cada ingrediente, o modo de fazer e até receitas inusitadas.
Uma das coisas boas
que encontrei por lá foi o queijo da Serra do Salitre. Os queijos de Minas são
famosos por seu sabor, textura, consistência da massa e versatilidade de uso. Os
mais conhecidos são o queijo do reino, fabricado na região de campo das
vertentes, o queijo canastra fabricado na serra de mesmo nome que fica no
sudoeste de minas, o queijo do Serro, fabricado na microregião de Conceição do
Mato Dentro, além do queijo da Serra do Salitre que é produzido no alto
Paranaíba.
Produzidos
artesanalmente e com leite cru, os queijos do Serro, da Serra da Canastra e do
Salitre tiveram em 2008 o registro no no Livro dos Saberes no IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional) do modo artesanal de fazer queijo.
Isso me fez lembrar o filme de
Helvécio Ratton, O Mineiro e o Queijo. Veja mais no http://www.omineiroeoqueijo.com.br/
A técnica de produção desses
queijos tem características singulares e é a base da economia de muitos
municípios e regiões, além de ser o ganha pão das famílias. Só para se ter uma
ideia, segundo a EMATER, há mais de 25 mil produtores cadastrados no Estado de
Minas Gerais.
Apesar dos queijos terem aparência e sabor específicos, há
aspectos comuns como o uso do leite cru com a adição de pingo, um fermento
láctico natural recolhido a partir do soro que drena do próprio queijo. Esse
ingrediente transfere para o queijo as
características do solo, clima e vegetação da região.
o queijo é embrulhado em um papel elegante |
Os chefs de cozinha de outros
Estados ficam sempre injuriados porque esse tipo de queijo feito com leite cru
e sem pasteurização só pode ser comercializado aqui em Minas Gerais. Entenda
mais sobre a comercialização do Queijo Minas no site do Slow Food Brasil
Na feira que fui estava o produtor
João Melo, da fazenda Pavão que produz exclusivamente o queijo da Serra do Salitre. Na banca ele
vendia o queijo fresco, o meia-cura com 15 dias de cura e o Imperial com 30
dias de cura. O queijo que comprei foi o de meia-cura ( porque o curado já havia
acabado, mas fiquei com uma vontade danada de experimentar). Ele tem um sabor
marcante, com acidez perceptível e é um pouco defumado. Imagina os pratos que
são possíveis fazer com ele?
O problema aqui em casa foi que o
queijo é tão bom que não deu tempo de fazer nada além de saboreá-lo da maneira como veio
ao mundo. A única coisa que consegui foi comê-lo com a pimenta-rosa (link).
ele vem com uma capa que parece cera |
Reza a lenda mineira que as vacas “escondem o leite” e o queijo “incha” se não houver serenidade e higiene no ambiente. Que simpático!
Quem quiser comprar o queijo Minas artesanal da Serra do Salitre entre em contato com José Melo (34) 99612284 ou (34) 91945470. O email é cooalpa@gmail.com.
Quem quiser comprar o queijo Minas artesanal da Serra do Salitre entre em contato com José Melo (34) 99612284 ou (34) 91945470. O email é cooalpa@gmail.com.
Ótima reportagem
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